Opinião

Getúlio Vargas foi um grande amante (parte 1)

Por Rubens Amador
Jornalista

Há algum tempo recebi, por empréstimo, de meu falecido amigo Gilberto Macedo, nosso grande cardiologista, o segundo volume de "Getúlio", do jornalista Lira Neto, Companhia das Letras- o terceiro volume da trilogia está por sair ainda neste semestre. Já foram escritas mais de duzentas biografias do grande político gaúcho, mas Lira Neto fez uma simbiose de jornalista e escritor, que resultou em uma magnífica obra. Como jornalista visitou os mais recônditos arquivos e dados, e como escritor expôs suas observações de um modo que parece um romance da vida real.

Neste magnífico trabalho vê-se: desde Getúlio menino arteiro e bom estudante, e já mais tarde, adulto, influenciado por Borges de Medeiros e o Positivismo, que prevaleciam naquela época, plasmou seu carisma de político hábil que enxergava os fatos antes deles acontecerem. Albergava o sonho de uma siderurgia e acreditava - no que estava certo - que só com capacidade industrial poderíamos ser uma grande nação. Durante a guerra esteve em cima do muro, bem como os maiores chefes militares daquela época que precedeu a Segunda Guerra. Ele jogou com o Eixo e os aliados. A Alemanha nos fornecia canhões Krupp, o que agradava ao Exército, enquanto os Estados Unidos naquela época só tinham palavras e promessas. Estoura a Segunda Guerra e ele então, num golpe de sorte para nós todos, opta por negociar com os EE.UU uma siderurgia em troca de uma estratégica base em Natal (visitei as instalações que ainda lá estão), o local mais próximo do Continente Africano, muito interessante para os aliados. Seu carisma fez a escolha certa (muito por influência de Oswaldo Aranha), como sabemos e como vimos.

Enfim, fica-se também sabendo que tanto ele quanto sua filha Alzira eram criaturas dotadas de grande coragem pessoal, o que foi mostrado por ocasião do ataque dos fascistas, os Integralistas de Plínio Salgado, com financiamento nazista, e que atacaram o Palácio do Governo, contando com o apoio de boa parte da marinha, sobre tudo, e de vários militares de alta patente simpatizantes do Eixo. Pois Getúlio defendeu-se praticamente uma manhã inteira sob forte tiroteio, de revólver na mão em uma janela, atirando contra os invasores, enquanto de outra janela, Alzira fazia o mesmo enquanto as balas sibilavam entre ambos.

Mas o fim destes textos é falar do Getúlio Vargas, o homem, o amante. Ele amava as mulheres e as possuiu em grande numero. O autor do livro dá os nomes dos maridos traídos. Geralmente altos funcionários do governo. E foram vários. Mas o grande amor da vida de Getúlio foi uma mulher chamada Aimée, esposa de um auxiliar da presidência e posteriormente presidente do famoso Dasp. (Segue na semana que vem)


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